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FUNCHAL – MADEIRA

O Funchal é uma cidade portuguesa na ilha da Madeira. A cidade coincide com o seu concelho, e tem 76,15 km² de área e 111 892 habitantes (2011), subdividindo-se em 10 freguesias.

O município é limitado a norte pelo município de Santana, a nordeste por Machico, a leste por Santa Cruz e a oeste por Câmara de Lobos, sendo banhado pelo oceano Atlântico a sul. Foi a João Gonçalves Zarco que coube a capitania da cidade em 1424, ano em que se iniciou o povoamento. As ilhas Selvagens, 250 quilómetros a sul do Funchal, pertencem a este município, havendo desta forma descontinuidade territorial.

Porto do Funchal

O povoamento iniciou-se em 1424, quando a ilha da Madeira foi dividida em duas capitanias. A capitania do Funchal coube a João Gonçalves Zarco que aqui se fixou com os seus familiares. Devido à sua posição geográfica, à existência de um bom porto marítimo e à produtividade dos seus solos, desde cedo constituiu-se num importante núcleo de desenvolvimento da ilha.

A povoação recebeu o primeiro foral entre 1452 e 1454, sendo elevada a vila e a sede de concelho. Pouco depois, em 1508 foi elevada a cidade.

Entre os acontecimentos marcantes no concelho podem-se mencionar o ataque de corsários franceses em 1566, sob o comando de Bertrand de Montluc, gentil-homem da corte de Carlos IX de França e filho segundo do marechal Blaise de Montluc. No mês de setembro, embarcou em Bordéus uma força de cerca de mil e duzentos homens, em três navios de alto-bordo e oito embarcações menores. Esta armada saqueou o Porto Santo, notícia que logo passou à Madeira, levando as vilas de Machico e de Santa Cruz a armarem-se para a eventualidade. No Funchal, por determinação do então governador, Francisco Gonçalves da Câmara, não se tomou qualquer tentativa que fosse considerada como hostil.

A armada, entretanto, ancorou na praia Formosa, desembarcando uma força de cerca de 800 homens, que marchou sobre a cidade em três colunas, sem encontrar resistência até à ponte de São Paulo. Na altura da ponte foram confrontados por uma pequena força da fortaleza, com algumas peças de artilharia de pequeno calibre, que em pouco tempo debandaram. Na altura da rua da Carreira, foram combatidos por um pequeno grupo de franciscanos, que foi rapidamente abatido. A fortificação do Funchal foi então assaltada pelo lado de terra, onde a condição de defesa era precária e, sem que se conseguissem reposicionar as pesadas peças apontadas para o mar, sucumbiu. A cidade sofreu então um violento saque de quinze dias, a que quase nada escapou.

Após esse episódio, no ano seguinte era remetido para o Funchal o arquiteto militar Mateus Fernandes (III), tendo se procedido a partir de então a uma profunda modificação do sistema defensivo da cidade. A visão desse profissional encontra-se registada no chamado “Mapa de Mateus Fernandes” (1573), considerado a mais antiga planta conhecida do Funchal.

De cariz militar, esse documento enfatiza as defesas da cidade, com vistas ao planeamento de uma vasta fortificação para o morro da Pena.

No século século XVII assinala-se a instalação de comerciantes vinícolas britânicos que modificaram os modos de vida, a morfologia arquitetónica e o desenvolvimento económico da cidade. Algumas personalidades marcantes que passaram pelo Funchal foram: Isabel de Wittelsbach, imperatriz da Áustria e rainha da Hungria, mais conhecida como Sissi, a imperatriz da Áustria (1837 – 1898) que procurou esta cidade por motivos de lazer e de saúde, Carlos I, imperador da Áustria e rei da Hungria, marechal polaco Józef Piłsudski para recuperar a sua saúde, Winston Churchill que passou pelo Funchal de férias onde pintou alguns quadros, Fulgêncio Batista que fez uma escala no Funchal para o exílio em Espanha. Por causa de sua posição estratégica, o porto e a cidade do Funchal foram atacados durante a Primeira Guerra Mundial.

Clima

O Funchal apresenta um clima mediterrânico (Csa segundo a classificação climática de Köppen) com temperaturas amenas durante todo o ano, sendo a média anual de 19,6 ºC. Ao contrário de outras localidades da costa sul da Madeira como a Ponta do Sol, Paul do Mar ou Jardim do Mar, as temperaturas médias nos meses mais frios situam-se cerca de 1 °C a baixo de uma classificação de clima tropical com estação seca (As segundo a classificação climática de Köppen).

Podem ser diferenciadas duas estações distintas, embora sem grandes variações térmicas entre ambas: a primeira de outubro a abril com precipitação regular e temperaturas médias máximas que oscilam entre os 25 °C em outubro e os 20 °C em janeiro e fevereiro; a segunda de maio a setembro, com níveis baixos de precipitação e temperaturas médias máximas que oscilam entre os 22 °C em maio e os 26 °C em agosto e setembro.

O nível de humidade mantém-se constante em torno dos 70%, o que se traduz numa perceção de calor mais acentuada relativamente às temperaturas efetivas. A precipitação total durante a época chuvosa varia muito de ano para ano já a temperatura da água do mar oscila entre os 18 °C e os 19 °C em fevereiro e entre os 24 °C e os 26 °C em agosto e setembro.

Visto a cidade se encontrar numa espécie de anfiteatro com o mar de um lado e montanhas do outro, ascendendo a 1800 metros de altitude, é bastante comum registar-se nebulosidade, chuva e vento nas cotas mais altas e ao mesmo tempo céu mais limpo nas áreas junto à costa.

No início do verão, especialmente no mês de junho, é comum registar-se um fenómeno coloquialmente denominado “capacete do Funchal” em que toda a baía da cidade fica persistentemente coberta de nuvens durante dias a fio. O fenómeno é descrito num livro de 1884, Madère, étudiée comme station d’hiver et d’été de Julius Goldschmidt.

É comumente chamado de “tempo de leste”, a situação meteorológica de visibilidade reduzida e aumento da poluição atmosférica devido ao movimento de massas de ar quente, empoeirado e com areias, do deserto do Saara que afeta a ilha e também as ilhas Canárias, mais frequentemente nos meses de Verão mas não exclusivamente.

Economia

Neste concelho predomina o setor terciário, muito ligado ao turismo, nas áreas de comércio, restauração e serviços de hotelaria, seguido pelo setor secundário, com as indústrias de construção civil, lacticínios, floricultura e artesanato.

Na agricultura predomina o cultivo da Vinha seguido da bananeira e finalmente de flores ornamentais e frutos subtropicais. A pecuária tem alguma (pouca) importância, principalmente na criação de aves, coelhos e ovinos.

O porto do Funchal é um centro turístico e de importância relevante para os cruzeiros europeus que fazem escala para Marrocos, ilhas Canárias, Caraíbas e Brasil, tendo sido o primeiro ponto de paragem na viagem inaugural do Queen Mary II.

Transportes

A cidade é servida pelo Aeroporto Internacional da Madeira, no concelho limítrofe de Santa Cruz.

A nível de transportes públicos, o Funchal outrora possuía um comboio que ligava o centro da cidade à freguesia do Monte, porém, o mesmo acabou por ser desativado e agora permanecem apenas os autocarros da empresa Horários do Funchal.

Comunicações

A 5 de Outubro de 1911 foi inaugurada a rede telefónica do Funchal. A primeira comunicação telefónica estabeleceu-se entre a sede do Diário de Notícias e a Estação Central, onde se encontrava Manuel Augusto Martins, à data governador do Distrito do Funchal.

Património arquitetónico

A nível de património arquitetónico destacam-se: Igreja e Mosteiro de Santa Clara, construídos entre 1492 e 1497, em estilo hispano-árabe, o Fortaleza-Palácio São Lourenço da primeira metade do século XVI, a Sé Catedral, projetada por Pêro Anes a mando do rei D. Manuel I de Portugal e que tem um dos mais belos tetos de Portugal feitos com a madeira da ilha, contém uma mistura de estilos arquitetónicos: o flamengo, com linhas góticas e características do estilo manuelino foi terminada em 1514 ano em que é também elevada a bispado. Edifícios também importantes são: o paço episcopal, o palácio do governo regional, os Paços do Concelho, o Teatro Municipal Baltazar Dias, os museus das Cruzes, Municipal e de Arte Sacra.

Museus

Casa-Museu Frederico de Freitas

Museu “A Cidade do Açúcar”

Museu Barbeito

Museu da Eletricidade

Museu de Arte Contemporânea

Museu de Arte Sacra

Museu de Fotografia – Vicentes

Museu do Forte de S. Tiago

Museu do Vinho da Madeira

Museu Henrique e Francisco Franco

Museu de História Natural do Funchal

Museu Municipal do Funchal

Museu Quinta das Cruzes

Museu Sala de Troféus do Clube Sport Marítimo

Núcleo Museológico do IVBAM (Instituto do Vinho, Bordado e Artesanato da Madeira)

Núcleo Museológico do Museu Militar Palácio São Lourenço

Núcleo Museológico Mary Jane Wilson

Museu CR7, Cristiano Ronaldo

Miguel Gouveia – Presidente da Câmara Municipal do Funchal

Que significado tem, para a vossa cidade, a geminação com a cidade de Angra do Heroísmo.

O nosso município tem uma história significativa de laços de cooperação com municípios de Portugal e neste caso especifico da cidade de Angra do Heroísmo, podemos dizer que tem um grande significado, mormente a nível social e cultural.  Somos todos ilhas, existem muitas semelhanças em diversos domínios, e consideramos que a nossa situação de “ilha” nos impõe, muitas vezes os mesmos desafios de desenvolvimento.

Ao longo dos anos essa parceria tem trazido vantagens para a vossa cidade? Quais?

Pensamos que os laços de cooperação são sempre fundamentais, mormente pela troca de experiências que nos permitem melhorar as intervenções a diversos níveis no nosso município.

Que tipo de relação a vossa cidade mantém com Angra do Heroísmo ao longo dos anos?

Principalmente relações de amizade, mas partilhamos da opinião que é necessário uma melhor aproximação entre os dois municípios, ou seja, reforçar os laços de cooperação.

Desenvolvem muitas acções em conjunto?

Não.

A população da vossa cidade conhece Angra do Heroísmo?

Sim, podemos dizer que muitas pessoas conhecem Angra do Heroísmo.

Que tipo de intercâmbio se faz entre as duas cidades? Tem, em agenda, alguma iniciativa para o futuro próximo?

Sim, gostaríamos de reforçar os laços de cooperação, mormente a nível da formação profissional, da proteção civil e da requalificação urbana e da dinamização do turismo sustentável e inclusivo.

Quer dirigir uma saudação especial para a população de Angra do heroísmo?

Um abraço amigo a população de Angra do Heroísmo, de muito otimismo e resiliência neste contexto difícil que o mundo esta a viver face a pandemia da covid-19.