
O centro histórico de Angra do Heroísmo faz parte do património mundial da UNESCO em conjunto com uma série de outros lugares e monumentos portugueses.
O centro histórico de Angra do Heroísmo faz parte do património mundial da UNESCO em conjunto com uma série de outros lugares e monumentos portugueses.
A arquitetura e a história de Portugal que, muitas vezes, tiveram Angra como epicentro, deram ao património mundial da humanidade um contributo meritório que se veio a traduzir no seu reconhecimento universal.
Angra – Cidade Património Mundial da UNESCO
O Dr Jorge Forjaz, historiador, amante da sua cidade e, na altura, Director Regional dos Assuntos Culturais, foi testemunha privilegiada do processo de reconstrução de Angra.
Neste importante depoimento, Jorge Forjaz, recorda a iniciativa do Instituto Histórico da Ilha Terceira, naquela altura, presidido pelo Dr Álvaro Monjardino e da necessidade que se sentia de se conseguir legislação adequada para que o processo de reconstrução não arrasasse por completo o legado histórico de Angra do Heroísmo.
Foi neste contexto que surgiu a ideia da apresentação de uma candidatura de classificação de Angra como Património Mundial da Unesco.
Um processo que Jorge Forjaz acompanhou de perto.
Conseguida a classificação de Angra como Património Mundial da UNESCO teria sido de esperar que houvesse um entusiasmo coletivo que, na verdade, não aconteceu.
As regras impostas pela classificação e o “turbilhão” em que a reconstrução tinha mergulhado criaram enormes tensões entre as pessoas e entre várias entidades.
Jorge Forjaz recorda, neste seu depoimento, esses anos difíceis.
“Tudo vale a pena se a alma não é pequena”.
É com este espírito que Jorge Forjaz, na distância do tempo, olha os dias andados após a classificação.
O historiador acha que valeu a pena, mas interroga-se e lança essa interrogação:
Se não tivesse havido a classificação, não teríamos chegado ao mesmo ponto?
Angra Património – Joaquim Ponte
Dois anos depois da Angra ter sido integrada no Património Mundial da UNESCO, Joaquim Ponte chegou a Presidente da Câmara, numa altura em que houve necessidade de gerir muitas tensões com a população obrigada, no Centro Histórico, a cumprir as regras emergentes da classificação como património.
Hoje, na qualidade, de situação, Joaquim Ponte, acha que todo o percurso feito de 1983 até hoje valeu a pena
Álamo Meneses, Presidente da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo
Neste depoimento o Professor Álamo Meneses explica a história de uma centralidade que começou nos anos quinhentistas quando, na realidade, por Angra foi o centro físico entre o novo e o velho mundo.
Fala da importância do facto de Angra fazer parte do Património Mundial da UNESCO desde 1983 no sentido de que esse Universo permite pensar em conjunto o que é importante para a sua preservação.
Angra do Heroísmo assinalou, em 2020, 486 anos de elevação a cidade
E as Pessoas? Os seus habitantes, naturais, ou não? o que pensam sobre o assunto?
Apesar dos efeitos da pandemia desenvolveu-se, ao longo de 2021, um trabalho muito apurado no que diz respeito à cidade património – Guido Teles – Vice-presidente da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo
Apesar das limitações dos contactos exteriores, ao longo deste ano, o balanço é, apesar de tudo muito positivo.
Guido Teles, Vice-Presidente da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo realça os esforços feitos pele autarquia no sentido da recuperação de edifícios históricos dentro dos limites da zona classificada.
Isto para além dos contactos que se mantiveram com instituições internacionais.
Um trabalho que continuará a ser desenvolvido em 2022
Para além da promoção turística focada na cidade património é necessário enquadrá-la na componente natureza – Guido Teles – Vice-presidente da CMAH
Guido Teles, Vice-presidente da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo reflete, neste depoimento, a promoção turística de Angra do Heroísmo que, em sua opinião, deve assentar em dois pilares: um deles a cidade património, outro a natureza, dois domínios em que a ilha Terceira é muito rica.
Por outro aldo é necessário repensar a avaliação da fiscalização por parte de quem tem essa responsabilidade, que não deve ser estática e levar em conta o dinamismo de quem habita a cidade.
Raquel Caetano Ferreira –

O FUTURO DE ANGRA DO HEROÍSMO,
CIDADE PATRIMÓNIO MUNDIAL
Angra do Heroísmo – o Passado
O local escolhido pelos primeiros povoadores foi uma crista de colinas, que se abria, em anfiteatro, sobre duas baías, separadas pelo vulcão extinto do Monte Brasil. Uma delas, a denominada “angra”, tinha profundidade para a ancoragem de embarcações de maior tonelagem, as naus. Tinha como vantagem a proteção de todos os ventos, excepto os de Sudeste.
As primeiras habitações foram erguidas na encosta sobre essa angra, em ruas íngremes de traçado tortuoso dominado por um outeiro.
Angra do Heroísmo – o Passado
Em poucos anos, desde 1478, a povoação foi elevada à categoria de vila e, em 1534, no contexto dos Descobrimentos, foi a primeira do arquipélago a ser elevada à condição de cidade. No mesmo ano, foi escolhida pelo Papa Paulo III para sede da Diocese de Angra com jurisdição sobre todas as ilhas dos Açores.
As razões para esse vigoroso progresso deveram-se à importância do seu porto como escala da chamada Carreira da Índia, centrado na prestação de serviços de reabastecimento e reaparelhamento das embarcações carregadas de mercadorias e de valores. Por essa razão desde as primeiras décadas do séc. XVI aqui foi instalada a
Provedoria das Armadas.
Posteriormente, no contexto da Dinastia Filipina, a estes vieram juntar-se os galeões espanhóis carregados de ouro e prata, oriundos das Índias Ocidentais, numa rota que se estendia de Cartagena das Índias, passava por Porto Rico e por Angra, e alcançava Sevilha. Para apoiar essas fainas, foram implantados os primeiros estaleiros navais, na Prainha e no Porto das Pipas, e as fortificações que fecham a baía: o chamado Castelo de São Sebastião e o de São João Baptista.
A cidade, mais de uma vez, teve parte ativa na história de Portugal: à época da Crise de sucessão de 1580 resistiu ao domínio Castelhano, apoiando António I de Portugal que aqui estabeleceu o seu governo, de 1580 a 1582. O modo como expulsou os espanhóis entrincheirados na fortaleza do Monte Brasil em 1641 valeu-lhe o título de “Sempre leal cidade”, outorgado por João IV de Portugal.
Posteriormente Angra constitui-se na capital da Província dos Açores, sede do Governo-geral e em residência dos Capitães-generais, por Decreto em 1766, funções que desempenhou até 1832. Foi sede da Academia Militar, de 1810 a 1832.
No séc. XIX, Angra constitui-se em centro e alma do movimento liberal em Portugal. Tendo abraçado a causa constitucional, aqui se estabeleceu em 1828 a Junta Provisória, em nome de Maria II de Portugal. Foi nomeada capital do reino por Decreto de 15 de Março de 1830. Aqui, no contexto da Guerra Civil Portuguesa (1828-1834), Pedro IV de Portugal organizou a expedição que levou ao desembarque do Mindelo. E aqui promulgou alguns dos mais importantes decretos do novo regime, como o que criou novas atribuições às Câmaras Municipais, o que reorganizou o Exército Português, o que aboliu as Sisas e outros impostos, o que extinguiu os morgados e capelas, e o que promulgou a liberdade de ensino no país.
Em reconhecimento de tantos e tão destacados serviços, o Decreto de 12 de Janeiro de 1837 conferiu à cidade o título de “mui nobre, leal e sempre constante cidade de Angra do Heroísmo”, e condecorou-a com a Grã-Cruz da Ordem Militar da Torre e Espada.
A cidade sempre teve forte tradição municipalista, e a sua Câmara Municipal foi a primeira do país a ser eleita, já em 1831, após a reforma administrativa do Constitucionalismo (Decreto de 27 de Novembro de 1830).
Angra do Heroísmo – o Presente
A cidade de Angra do Heroísmo é testemunho vivo do virar de Página que representou o abandono dos modelos de viver e construir medievais, em favor do que de novo e moderno traziam a Renascença e os Descobrimentos.
Testemunho que não se refere apenas ao momento criador da urbe, mas também ao papel desempenhado durante os séculos posteriores na história da expansão europeia.
UNESCO – Património Mundial
Angra do Heroísmo é uma cidade portuguesa e atlântica, protagonista dos Descobrimentos e da expansão marítima que fez da Terra uma só, fazendo história na expansão europeia.
A herança história, associada à qualidade e originalidade da traça urbana e à persistência de um notável conjunto edificado, valeram-lhe a denominação de Cidade Património Mundial, a 7 de Dezembro de 1983, a primeira cidade portuguesa com esta classificação.
Angra do Heroísmo – o Futuro
Os principais desafios são:
Angra, uma cidade com vida e ativa. Requalificação do Centro Histórico; Requalificação dos espaços verdes; Angra, Cidade Inteligente;
Urbanismo comercial;
Eficiência energética;
Turismo;
Juventude.
Angra, uma cidade com vida e ativa
Há que dinamizar a cidade através de uma nova política que procura a requalificação da cidade existente desenvolvendo estratégias de intervenção múltiplas e destinadas a potenciar os valores culturais, socioeconómicos, ambientais e funcionais da área urbana de forma a elevar substancial e sustentavelmente a qualidade de vida dos residentes.
Angra não deverá ser uma montra estática, mas sim um quadro cheio de vida, convidativo para a vivência familiar, e a quem nos visita, mas também à atractiva para a instalação de novas empresas.
Requalificação do Centro Histórico
Melhoria dos pavimentos, em particular das calçadas do centro histórico, adotando as modernas tecnologias de substituição de pavimentos e criando, quando adequado, galerias técnicas para as infraestruturas enterradas.
Promover soluções adequadas para os imóveis arruinados ou devolutos integrados na malha urbana classificada.
Operacionalizar o projecto “A minha rua”.
Operacionalizar um plano de melhoria das acessibilidades para as pessoas com mobilidade reduzida.
Requalificação do Centro Histórico
Criar condições de estacionamento, trânsito e acessibilidade pedonal que potenciem o comércio e os serviços na zona central da cidade.
Liderar o combate à infestação por térmitas.
Apoiar os proprietários de imóveis nos processos de certificação da infestação por térmitas e na obtenção dos apoios legalmente previstos.
Requalificação dos espaços verdes
Criação de uma infraestrutura verde na cidade e zonas rurais, numa abordagem à gestão das áreas verdes desenvolvida à escala da paisagem.
Criação de uma cintura verde urbana, acessível através de percursos pedestres.
Requalificar e ampliar o Jardim Duque da Terceira, integrando um programa de animação cultural e de educação ambiental.
Requalificação dos espaços verdes
Em parceria com os clubes das várias modalidades de desporto de ar livre elaborar uma carta concelhia de desporto de natureza.
Candidatura ao programa LIFE+ Nature, para proteção das aves marinhas que nidificam no Monte Brasil (garajau rosado e cagarro).
Angra, Cidade Inteligente
Investir no conceito de Smart City fomentando a criatividade, o empreendedorismo e a utilização de tecnologias de informação e comunicação.
Promover a cobertura com rede de internet Wi –Fi dos principais espaços públicos no centro histórico e dos principais espaços verdes e zonas de lazer urbanos do concelho.
Promover o concelho através dos novos canais multimédia disponíveis.
Participar na criação e dinamização do Parque Tecnológico da Terceira.
Urbanismo comercial
Em parceria com entidades públicas e privadas, investir na revitalização do comércio tradicional e na melhoria do urbanismo comercial no centro histórico.
Fomentar a criação de eventos sazonais de animação especificamente voltados para as necessidades do comércio.
Abertura de novos espaços de venda para pequenos produtores de produtos alimentares frescos e tradicionais e plantio, incluindo a criação de espaços de excelência para a divulgação e comercialização do artesanato local.
Fomentar mercados e feiras tradicionais no centro histórico.
Eficiência Energética
Fomentar a eficiência energética e a redução de custos com energia.
Proceder à certificação energética dos edifícios municipais.
Fomentar o aproveitamento dos resíduos florestais e da biomassa para utilização industrial, pellets e iniciativas similares.
Turismo
Fomentar a valorização das festividades tradicionais e a sua inclusão no roteiro de visitação do Concelho.
Melhoria da oferta de informação turística em articulação com entidades públicas e operadores turísticos.
Valorizar e dar a conhecer o artesanato local como manifestação da cultura e da criatividade terceirense.
Melhorar a sinalização e divulgação dos monumentos e outros pontos de interesse cultural, incluindo o Parque Arqueológico da Baía de Angra.
Turismo
Revitalizar a cooperação e intercâmbio com as cidades com as quais Angra se encontra geminada ou mantém parcerias.
Procurar ativamente geminações e parcerias com cidades com características e interesses similares, em particular com cidades que tenham áreas integradas na lista do Património da Humanidade, cidades taurinas e cidades com ligações históricas a Angra ou à expansão europeia, não ignorando que Angra, através da sua Diocese, manteve fortes ligações com a Índia, China, Timor, Angola e outras regiões do mundo.
Juventude
Criação do projecto “Jovens Embaixadores do Património”.
Manter um programa de receção de jovens que se encontrem integrados nas diversas modalidades de programas de estágio regionais, nacionais e internacionais.
Fomentar programas de voluntariado.
Apoiar a realização de campos de férias temáticos, incluindo os destinados a estudantes do ensino secundário e superior.
Créditos do texto:
Raquel Caetano Ferreira
Correio electrónico: raquel.ferreira@cm-ah.pt
Lisboa, 13 de Dezembro de 2013
III Encontro Técnico da Rede Proteção e Valorização dos Centros Históricos Raquel Caetano Ferreira
Localização Geográfica de Angra
Fonte: Central Intelligence Agency (CIA)
Angra, cidade de patrimónios
Classificada como Património Mundial pela UNESCO, Angra do Heroísmo é cidade orgulhosa e aprumada, rica em monumentos e história, incluindo uma mercearia com quase 200 anos.
Depois do terramoto que devastou a ilha em 1980, Angra do Heroísmo renasceu dos escombros à luz daquilo que era nos séculos XV e XVI, período áureo da cidade, então porto de paragem obrigatório no tráfego marítimo para as Índias e Américas. O esforço de reconstrução valeu-lhe a classificação como Património Mundial pela UNESCO, testemunho da organização urbana e da arquitectura desse tempo.
As ruelas de paralelos do centro histórico – com o seu traçado em oblíqua para as proteger dos ventos dominantes – descem, por isso, instintivamente até à baía onde outrora aportavam as naus, hoje dividida entre uma marina e um pequeno areal.
Um passeio pela cidade, dominada pelo alvo casario de varandas em ferro forjado e janelas emolduradas a cor ou pedra vulcânica, leva-nos por vários monumentos e edifícios históricos que merecem uma visita, como a Sé Catedral, a Igreja da Misericórdia, o Outeiro da Memória, o Palácio dos Capitães Generais ou o convento e a igreja de São Francisco (que albergam o museu da cidade).
NUNO FERREIRA SANTOS
Impondo-se alta sobre a baía, a península formada pelo Monte Brasil tem uma vista panorâmica privilegiada sobre a cidade mais antiga do arquipélago. Delimitada pela fortificação de São João Baptista, construída pela dinastia filipina no século XVI, integra um parque de lazer por entre o verde das criptomérias, pinheiros, álamos e incensos.
Uma mercearia do século XIX
Na Rua Direita, uma mercearia centenária tornou-se paragem turística obrigatória. A entrada no Basílio Simões & Irmãos quase passa despercebida entre as montras modernas das lojas vizinhas, mas uma vez lá dentro é como voltar atrás no tempo: prateleiras e prateleiras de madeira até ao tecto com tudo o que se possa imaginar, dezenas de especiarias, sacos de sementes, de feijão e de grão a granel sarapintam o rodapé.
Mercearia Basílio Simões
Pouca coisa terá mudado desde que António Pedro Simões criou a empresa, por volta de 1830. “O meu avô era da Ericeira e era navegador. Fazia [as rotas] América, Brasil e Norte da Europa num barco que se chamava Flor de Angra”, começa por recordar António Pedro Simões, parte da quinta geração que actualmente gere a empresa, também ligada “à moagem, às rações e à distribuição” em grandes superfícies. O veleiro fazia habitualmente escala na Terceira, um dia apaixonou-se por uma angrense. “Casou-se e estabeleceu-se aqui. Depois fez este edifício e é aí que nasce a firma.” Primeiro com o nome do primeiro proprietário, António Pedro Simões, depois “passa para Basílio Simões [& Irmãos], que era o filho mais velho”, conta. Nome que se mantém até hoje, assim como a traça original da loja e o foco nas especiarias (um dos principais artigos que aqui chegavam nas naus durante as rotas marítimas).
António Pedro Simões nasceu numa casa “aqui defronte”. Na infância, os tempos livres eram passados entre o movimento da loja, os brinquedos criados com o que por ali havia. “O castigo era não vir para aqui”, recorda. Depois do serviço militar, regressou para a Terceira, para a mercearia. Actualmente, já tem “filhos e sobrinhos aqui ligados”. A sexta geração. “Mantemos isto aberto para não destruir o que era, [senão] depois perde-se a tradição.”
Angra – 40 anos de Património – Francisco Maduro Dias – Historiador (1ª parte)
A necessidade de reconstruir Angra do Heroísmo após o sismo de 1980 levantou na sociedade local uma onda de pensamentos divergentes sobre o que deveria ser o processo, em que moldes e em que bases arquitetónicas.
Francisco Maduro Dias, homem de cultura e historiador, recorda, neste depoimento, o ambiente que se vivia nos meses que se seguiram ao sismo até à classificação da zona histórica da cidade no Património Mundial da UNESCO a 8 de Dezembro de 1983.
Angra – 40 anos de Património – Maduro Dias foi diretor do Gabinete da zona classificada de Angra durante 12 anos.(parte 2)
Após a inclusão de Angra na lista das cidades Património da UNESCO chegaram regras que tiveram de ser geridas.
Foi criado o Gabinete da zona classificada de Angra sob a direção do Dr. Maduro Dias. Um cargo que ocupou durante 12 anos.
Uma grande dor de cabeça porque o gabinete era mal visto pelas pessoas e entidades que dele necessitavam.
Ao olhar para esses anos Maduro Dia reconhece 2 coisas:
Uma, que ao trabalho técnico faltou a vertente da comunicação no sentido de integrar as pessoas e entidades nos processos e respectivas decisões.
Outra que as maiores dores de cabeça não foram causadas pelas pessoas mas pela Administração Pública.
2023 – Angra – 40 anos de Património – O caminho andado valeu a pena – Maduro dias (parte 3)
Algumas figuras da cultura de Angra do Heroísmo, que estiveram fortemente envolvidas no processo de candidatura ao Património da UNEESCO, consideram, olhando para trás, que, por um lado talvez a população de Angra não estivesse muito empenhada e, por outro, que mesmo sem a adesão se tivesse podido chegar, hoje, onde se chegou.
O Dr. Maduro Dias, historiador e durante muitos anos diretor do Gabinete do Centro Histórico de Angra, não está totalmente de acordo com as premissas.
2023 – Angra – 40 anos de Património – História de Angra do Heroísmo

O local escolhido pelos primeiros povoadores foi uma crista de colinas, que se abria, em anfiteatro, sobre duas baías, separadas pelo vulcão extinto do Monte Brasil. Uma delas, a denominada “angra”, tinha profundidade para a ancoragem de embarcações de maior tonelagem, as naus. Tinha como vantagem a proteção de todos os ventos, exceto os de Sudeste.
As primeiras habitações foram erguidas na encosta sobre essa angra, em ruas íngremes de traçado tortuoso dominadas por um outeiro. Neste, pelo lado de terra, distante do mar, foi iniciado um castelo com a função de defesa, à semelhança do urbanismo medieval europeu: o chamado Castelo dos Moinhos.
Por carta passada pela Infanta Dona Beatriz em 2 de abril de 1474, a capitania de Angra foi doada a Álvaro Martins Homem, que ao tomar posse dela deu início aos trabalhos da chamada Ribeira dos Moinhos, aproveitando a forças de suas águas e lançando as bases para o futuro desenvolvimento económico da povoação. A partir da proteção propiciada pelo Castelo dos Moinhos (atual Alto da Memória), o casario acompanhou a Ribeira dos Moinhos até à baía, primitivamente por ruas e vielas sinuosas – ruas do Pisão, da Garoupinha, de Santo Espírito, das Alcaçarias – cuja toponímia conservou a memória de suas actividades económicas. Martins Homem deu início à chamada Casa do Capitão, posteriormente acrescentada por João Vaz Corte Real, que também procedeu à canalização da Ribeira, à construção do primitivo Cais da Alfândega, da muralha defensiva da baía de Angra e do Hospital de Santo Espírito.
Ao mesmo tempo, liberava a área do vale para que, de acordo com os princípios do urbanismo do Renascimento, pudessem ser abertas ruas obedecendo a um plano ortogonal, organizadas por funções, de acordo com as necessidades do porto que crescia com rapidez. Nesse plano ortogonal serão abertas as ruas da Sé e Direita, ligando os principais elementos da cidade: o porto e a casa do capitão nos extremos do braço menor, os celeiros do Alto das Covas e a Câmara Municipal nos do braço maior. Ao longo do século XVI a cidade crescerá até ao Alto das Covas e a São Gonçalo, embora com ruas de traçado mais irregular.
Desse modo, em poucos anos, desde 1478, a povoação fora elevada à categoria de vila e, em 1534, ainda no contexto dos Descobrimentos, foi a primeira do arquipélago a ser elevada à condição de cidade. No mesmo ano, foi escolhida pelo Papa Paulo III, pela bula Æquum reputamus, para sede da Diocese de Angra, com jurisdição sobre todas as ilhas do arquipélago dos Açores.
As razões para esse vigoroso progresso deveram-se à importância do seu porto como escala da chamada Carreira da Índia, centrado na prestação de serviços de reabastecimento e reaparelhamento das embarcações carregadas de mercadorias e de valores. Por essa razão desde as primeiras décadas do século XVI aqui foi instalada a Provedoria das Armadas, com essa função e a de apoiar a chamada Armada das ilhas.
Posteriormente, no contexto da Dinastia Filipina, a estes vieram justar-se os galeões espanhóis carregados de ouro e prata, oriundos das Índias Ocidentais, numa rota que se estendia de Cartagena das Índias, passava por Porto Rico e por Angra, e alcançava Sevilha. Para apoiar essas fainas, foram implantados os primeiros estaleiros navais, na Prainha e no Porto das Pipas, e as fortificações que fecham a baía: o chamado Castelo de São Sebastião e o de São João Baptista.
A cidade, mais de uma vez, teve parte ativa na história de Portugal: à época da Crise de sucessão de 1580 resistiu ao domínio Castelhano, apoiando António I de Portugal que aqui estabeleceu o seu governo, de 5 de Agosto de 1580 a 6 de Agosto de 1582. O modo como expulsou os espanhóis entrincheirados na fortaleza do Monte Brasil em 1641 valeu-lhe o título de “Sempre leal cidade”, outorgado por João IV de Portugal.
Posteriormente, aqui esteve Afonso VI de Portugal, detido nas dependências da fortaleza do Monte Brasil, de 21 de Junho de 1669 a 30 de Agosto de 1684.
Depois Angra constitui-se na capital da Província dos Açores, sede do Governo-geral e em residência dos Capitães-generais, por Decreto de 30 de Agosto de 1766, funções que desempenhou até 1832. Foi sede da Academia Militar, de 1810 a 1832.
No século XIX, Angra constitui-se em centro e alma do movimento liberal em Portugal. Tendo abraçado a causa constitucional, aqui se estabeleceu em 1828 a Junta Provisória, em nome de Maria II de Portugal. Foi nomeada capital do reino por Decreto de 15 de Março de 1830. Aqui, no contexto da Guerra Civil Portuguesa (1828-1834), Pedro IV de Portugal organizou a expedição que levou ao desembarque do Mindelo e aqui promulgou alguns dos mais importantes decretos do novo regime, como o que criou novas atribuições às Câmaras Municipais, o que reorganizou o Exército Português, o que aboliu as Sisas e outros impostos, o que extinguiu os morgados e capelas, e o que promulgou a liberdade de ensino no país.
Em reconhecimento de tantos e tão destacados serviços, o Decreto de 12 de Janeiro de 1837 conferiu à cidade o título de “mui nobre, leal e sempre constante cidade de Angra do Heroísmo”, e a Rainha D. Maria II de Portugal condecorou-a com a Grã-Cruz da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito.
A cidade sempre teve forte tradição municipalista, e a sua Câmara Municipal foi a primeira do país a ser eleita, já em 1831, após a reforma administrativa do Constitucionalismo (Decreto de 27 de Novembro de 1830).
Em Angra encontraram refúgio Almeida Garrett, durante a Guerra Peninsular, e a rainha Maria II de Portugal entre 1830 e 1833, durante a Guerra Civil Portuguesa (1828-1834). Por aqui passou Charles Darwin, a bordo do “HMS Beagle”, tendo aportado a 20 de Setembro de 1836. Darwin partiu daqui para a ilha de São Miguel em 23 de setembro, após fazer um passeio a cavalo pela ilha, onde entre vários locais visitou as Furnas do Enxofre, tendo na altura afirmado que a nível biológico “nada de interessa encontrar”. Mais tarde, e reconhecendo o seu erro, pediu a vários cientistas, nomeadamente a Joseph Dalton Hooker, a Hewett Cottrell Watson e a Thomas Carew Hunt que lhe enviassem espécimes da flora endémica da Macaronésia e também amostras geológicas.
O Centro Histórico de Angra do Heroísmo encontra-se, desde 1983, classificado como Património Mundial pela UNESCO.
Angra a Cidade

No 1.º lugar do ranking de melhor cidade para se viver (2009), o município esforça-se por um equilíbrio das contas camarárias e num conjunto de benefícios aos empresários. Em 2014 17,4% das receitas municipais vieram de impostos, enquanto a média nacional foi de 32,4%. Por habitante, incluindo IMI, o município cobrou cerca de 59€ a cada munícipe, média regional de 70,7€ e nacional de 124,8€.
Angra – Património

Angra 40 anos de cidade Património – a História

As razões para esse vigoroso progresso deveram-se à importância do seu porto como escala da chamada Carreira da Índia, centrado na prestação de serviços de reabastecimento e reaparelhamento das embarcações carregadas de mercadorias e de valores. Por essa razão desde as primeiras décadas do séc. XVI aqui foi instalada a Provedoria das Armadas.
O Centro Histórico de Angra do Heroísmo localiza-se na cidade de mesmo nome, na Ilha Terceira, nos Açores.
É um conjunto arquitetónico classificado como património mundial pela UNESCO.
A integração na lista do património mundial foi decidida na reunião de 7 de dezembro de 1983 realizada na Villa Medicea di Poggio a Caiano (a Ambra), em Florença.
A inclusão da Zona Central da Cidade de Angra do Heroísmo (Açores) consta do ponto VIII, recebendo o número de identificação 206 e tendo como critério base os designados por C (iv) e C (vi), por ser um exemplo de um tipo de edifício ou conjunto arquitectónico, tecnológico ou de paisagem, que ilustre significativos estágios da história humana e estar diretamente ou tangivelmente associado a eventos ou tradições vivas, com ideias ou crenças, com trabalhos artísticos e literários de destacada importância universal.
Angra – 40 anos de Património Mundial – O Sismo de 1980

Após um longo, e complicado, processo de candidatura, a 7 de Dezembro de 1983, Angra do Heroísmo passou, finalmente, a fazer parte do Património da Humanidade com o seu Centro Histórico.
Após o sismo de 1980 seguiu-se o processo de reconstrução e a dado passo sentiu-se a necessidade de encontrar um conjunto de regras que permitissem manter Angra reconstruida dentro dos padrões da sua história.
Esse sentimento levou um conjunto de cidadãos ilustres a “meter mãos à obra” e a desencadearem o processo de adesão.
Para assinalar estes 40 anos o munícipio tem previstas uma série de iniciativas que irão desenrolar-se ao longo do ano.
Angra – 40 anos de cidade Património da Unesco – Capitania-Geral dos Açores

Situada no centro do arquipélago, cidade e sede da Diocese de Angra desde 1534, Angra foi erguida à condição de capital dos Açores, ficando nela estabelecida a residência do capitão-general, nela se concentrando as principais instituições do governo, nomeadamente a Junta Criminal, a Junta da Fazenda e o comando militar, todas presididas pelo capitão-general.
A corregedoria que existia desde o século XVI foi reorganizada, recuperando-se a situação que existira efemeramente durante o reinado de D. João III de Portugal, com a divisão das ilhas em duas comarcas, as comarcas de Angra e de Ponta Delgada, ao tempo as únicas duas cidades do arquipélago. No plano judicial, foram nomeados juízes de fora para Angra e para as vilas mais importantes de cada ilha, já que Ponta Delgada tinha juiz de fora desde 1554.
As profundas reformas operadas incluíram também a alteração do sistema de escolha dos edis dos principais concelhos açorianos. Em vez dos tradicionais pelouros, que permitiam a manutenção do poder municipal no seio da oligarquia de cada sede de concelho, foi determinada a introdução do modelo das pautas elaboradas no Desembargo do Paço.
A reorganização da administração civil e das justiças foi acompanhada pela reorganização militar, a qual incluiu a extinção das ordenanças do pé de castelo, as milícias que forneciam as guarnições dos presídios de Angra, Ponta Delgada e Horta, sendo criado em seu lugar um corpo de infantaria de linha que seria designado por Regimento Insulano.
As linhas de actuação que deveriam nortear a acção do primeiro capitão-general, D. Antão de Almada, foram incluídas no alvará de lei e regimento de 2 de Agosto de 1766 e num documento intitulado Instrução particular […] para o seu governo secretissimo ou Instrucção Secretissima, com a mesma data. enquanto o alvará de lei e regimento define o enquadramento jurídico e institucional da Capitania-Geral e estabelece os princípios gerais que deviam nortear a acção governativa e o exercício do poder pelo Capitão-Geeral, a Instrucção Secretissima estabelecia as orientações políticas a seguir pelo Capitão-General no seu relacionamento com as populações e instituições açorianas e as concepções e os objectivos estabelecidos pela monarquia para as ilhas açorianas.
O objectivo geral da reforma era claramente afirmar a autoridade do centro político da monarquia sobre as instâncias periféricas de poder, que nas ilhas tinha tradicionalmente mantido uma autonomia que era vista com desconfiança pela Corte, e em espacial pelo então conde de Oeiras. Outro objectivo, igualmente importante em tempo de crise fiscal, era reduzir a fuga ao fisco e aumentar as receitas recolhidas pelo erário régio no arquipélago. Uma terceira ordem de razões prendia-se com o recrutamento militar, ao tempo fraudulentamente evitado por muitos jovens açorianos, e com a criação de um corpo militar, profissionalizado e da confiança régia, que substituísse os corpos milicianos que desde a Guerra do Castelo guarneciam as ilhas.
Apesar destes grandes objectivos e do poder incontestado da corte, as debilidades da monarquia num espaço periférico e isolado como os Açores continuaram a condicionar a vontade régia e as reformas ficaram aquém do esperado. Apesar de se ter estabelecido um controlo populacional e económico através da elaboração de mapas e de terem sido introduzidos novos impostos, a fuga ao recrutamento militar continuou, aparecendo a solução do embarque clandestino para as colónias britânicas na América do Norte, e a fuga aos impostos manteve-se e as fraudes fiscais continuaram a prejudicar a Fazenda Real. O sistemas das pautas régias a não atingiu os objectivos pretendidos, continuando as edilidades nas mãos do mesmo grupo social.
Após um largo intervalo sem Capitão-General nomeado, correspondente à viradeira, em 1799 a Capitania Geral foi refundada por iniciativa de D. Rodrigo de Sousa Coutinho e nomeado novo Capitão General.
A situação voltaria a sofrer profundas alterações em consequência da primeira invasão francesa de Portugal, da transferência da corte portuguesa para o Brasil em 1807 e do dealbar da Guerra Peninsular. Contudo, apesar de nessa ocasião as as ilhas terem indubitavelmente readquirido importância no panorama geopolítico do império colonial português, o seu estatuto permaneceu indefinido. Essa indefinição associada ao afastamento do poder régio no Brasil, favoreceu a autonomia dos Capitães-Generais e fez aumentar a contestação local ao modelo de governo assente na cidade de Angra.
Após a Revolução Liberal do Porto de Agosto de 1820, numa conjuntura política cada vez mais complexa e instável, a Capitania-Geral foi temporariamente extinta em 1822, por decisão das Cortes Gerais e Extraordinárias da Nação Portuguesa a pedido dos deputados eleitos pelas ilhas São Miguel e do Faial e Pico, mas restabelecida e reorganizada pelo rei, em 1823, perdurando até 1830, quando a regência do reino se fixou em Angra.
Angra – 40 anos de Património reflectidos no tema das Sanjoaninas: A Fénix Vigorosa do Atlântico

Em Dezembro de 2023 serão assinalados os 40 anos da inclusão no Património da UNESCO.
Esta inclusão aconteceu na sequência do sismo de 1 de Janeiro de 1980. Deste conjunto de factos resulta o tema : A Fénix Vigorosa do Atlântico. Ao longo da história, lembrando o escrito do Padre Maldonado, Angra tem vindo, muitas vezes, a renascer das cinzas. Tal como a Fênix, a mítica ave que, ao pressentir a morte, se faz renascer mais bela do que nunca.
2023 – Angra – 40 anos de Património – Paços do Concelho

Paços do Concelho de Angra do Heroísmo
História
A Câmara Municipal de Angra ocupou três edifícios ao longo da sua existência. O primeiro Senado de Angra data de 1474, tendo sido estabelecido por João Vaz Corte Real. O seu edifício situava-se sensivelmente no mesmo local do atual, possuía torre e “sino de correr” a um lado, e beneficiava de uma pequena praça defronte, como se pode reconhecer pela detalhada carta de Jan Huygen van Linschoten, em fins do século XVI.
As inundações de fevereiro de 1608 causaram enormes prejuízos ao casario da cidade. Estava-se no período da Dinastia Filipina (1580-1640), o volume do comércio ultramarino e a importância que a cidade desfrutava à época, terão contribuído também para a iniciativa da construção de um novo edifício para a Câmara de Angra, em 1610. Este novo edifício era recuado em relação ao anterior, vindo a constituir-se assim a atual praça.
Em meados do século XIX o edifício foi uma vez mais reconstruído, tendo sido escolhida a data da comemoração do 20.º aniversário da Batalha da Praia, 11 de agosto de 1849, para o lançamento da pedra fundamental. A inauguração solene ocorreu no mesmo dia, em 1866. Este novo edifício inspirou-se no dos Paços do Concelho do Porto, então situados na Praça da Liberdade.
Encontra-se classificado como Imóvel de Interesse Público pela Resolução n.º 41/80, de 11 de junho, classificação consumida por inclusão no conjunto classificado da Zona Central da Cidade de Angra do Heroísmo, conforme a Resolução n.º 41/80, de 11 de junho, e artigo 10.º e alínea a) do artigo 57.º do Decreto Legislativo Regional n.º 29/2004/A, de 24 de agosto.
Características
A entrada principal do edifício abre-se num amplo saguão que se desenvolve numa imponente escadaria, ao cimo da qual se vê um busto do Infante D. Henrique, esculpido por Numídico Bessone em 1960, ano das celebrações do V Centenário da Morte do Príncipe Navegador.
Ao cimo do primeiro lance de escadaria destacam-se os vitrais que representam, os laterais, a heráldica da cidade de Angra e, ao centro, o emblema nacional. Com risco de Abraham Abohbot (1897-1959), datam do primeiro quartel do século XX, tendo sido fabricados em Lisboa.
No átrio superior destacam-se um valioso tapete de Arraiolos e uma mesa de bufete em madeira de pau santo dos finais do século XVIII.
Na Sala de Sessões destaca-se o valioso mobiliário do hemiciclo em madeira de jacarandá, executado na década de 1950 pelas oficinas da escola da Fundação Ricardo Espírito Santo Silva, ostentando em talha os três brasões usados pelo município ao longo dos séculos.
Entre outras peças de interesse, em seu acervo, podem ser citadas:
Retrato a óleo de Maria II de Portugal, da autoria do pintor londrino William Fowler (1796-1870). Este quadro foi uma oferta da soberana à Câmara de Angra, e foi trazido de Londres pelo conde de Vila Flor e por Teotónio Bruges e entregue em 12 de outubro de 1829. É a primeira representação conhecida de D. Maria II ostentando trajes reais.
O retrato a óleo de Teotónio de Ornelas Bruges Paim da Câmara, visconde de Bruges e 1º conde da Praia da Vitória (1807-1870), da autoria de Giorgio Marini. O retrato foi inaugurado em sessão solene realizada a 22 de dezembro de 1873.
Um retrato a óleo de Pedro V de Portugal, pintado por Alexandre de Michellis em 1855.
Um retrato a óleo de Carlos I de Portugal, da autoria de João Carlos Galhardo, adquirido em 1896;
Um busto de bronze de D. Pedro I, Imperador do Brasil, de autoria de Marc Ferrez, fundido em 1826 na Maison Fontaine, de Paris. A obra é um busto em bronze patinado e bronze dourado montado sobre madeira, ostentando na face do plinto as armas do Império do Brasil. Foi enviado em 1874 do Rio de Janeiro como oferta à Câmara por João d’Illion e Silva, um emigrante nascido em Angra a 2 de Novembro de 1816 que embarcou para o Brasil em 27 de Agosto de 1837, tornando-se num abastado comerciante na cidade do Rio de Janeiro, onde foi comendador da Ordem de Cristo e cavaleiro da Ordem da Rosa;
Uma campainha dourada oferecida por João VI de Portugal;
As chaves douradas, simbolizando as chaves do Castelo de São João Baptista do Monte Brasil entregues aquando da sua rendição a 6 de março de 1642, oferecidas ao duque de Bragança quando de seu desembarque, em sinal de submissão, lealdade e respeito, e por este oferecidas ao Município aquando da sua partida a caminho do desembarque do Mindelo;
Um quadro com a chave do cofre guardado sob o monumento a Pedro IV de Portugal no Alto da Memória, e outro com o colar da Grã Cruz da Ordem da Torre e Espada concedido à cidade por Carta Régia de 12 de Janeiro de 1837;
A primeira bandeira constitucional, azul e branca, hasteada no país em nome de D. Maria II;
Uma bandeira de Portugal, elaborada em 1847 numa oficina portuense, que além das Armas Reais e do Município, tem bordada a Grã-Cruz da antiga e Mui Nobre Ordem da Torre e Espada, de Valor, Lealdade e Mérito.
As varas do presidente da Câmara e dos seis vereadores, primitivamente usadas em cerimónias oficiais;
Um candelabro, do tipo serpentina, de prata lavrada, produzido em 1849 pela firma londrina Joseph Angell & Joseph Angell Jr, que a rainha Adelaide de Saxe-Meiningen, viúva do rei Guilherme IV do Reino Unido, ofereceu ao então governador civil do Distrito Autónomo do Funchal, o conselheiro José Silvestre Ribeiro, reedificador da Vila da Praia da Vitória, arrasada pelo terramoto 15 de Julho de 1841. O candelabro foi legado à Câmara de Angra como lembrança do afeto de José Silvestre Ribeiro pela cidade, de que fora governador civil e de onde era natural a esposa.
Construções com história

Angra do Heroísmo foi classificada como Património Mundial pela UNESCO em 1983, em reconhecimento da sua beleza e valor histórico representado em igrejas, palácios, conventos, museus e fortalezas de um urbanismo singular!
No dia 8 de Setembro comemora-se o Dia da Solidariedade das Cidades Património Mundial, e o Top Azores não poderia deixar passar a data sem homenagear a nossa cidade Património Mundial – a «Invicta» açoriana, Angra do Heroísmo, na ilha Terceira.
Nesta cidade estão vinculadas as marcas de um tempo que ainda hoje é perceptível, sendo uma referência cultural e histórica.
Venha conhecê-la, um pouco, connosco!
1. Porto das Pipas

O grande destaque de Angra adveio do seu porto, importante escala da Carreira da Índia. O porto prestava serviços de reabastecimento e reaparelhamento das embarcações carregadas de mercadorias de valor, oriundas da Índia.
No contexto filipino, vieram os galeões espanhóis carregados de ouro, prata e especiarias, numa rota que começava em Cartagena das Índias, passava por Porto Rico e por Angra, para chegar a Sevilha.
Para apoiar essa navegação foram implantados os primeiros estaleiros navais na Prainha e no Porto das Pipas, e as fortificações que fecham a Baía de Angra: o Castelo de São Sebastião e o de São João Baptista, para evitar o ataque de piratas e corsários.
2. Castelo de São Sebastião

Mandado edificar no tempo de Dom Sebastião (século XVI) no topo de um pequena falésia no Largo do Porto de Pipas. Cruzava fogos com a Fortaleza do Monte Brasil, na defesa do porto de Pipas, à época o mais importante ancoradouro e estaleiro da ilha onde escalavam as embarcações da Carreira da Índia e as frotas do Brasil, em trânsito para o Reino de Portugal.
Actualmente, esta fortaleza funciona como Pousada de Portugal.
3. Reserva Florestal de Recreio do Monte Brasil

O Monte Brasil proporciona uma das mais belas paisagens da ilha. Da erupção do seu vulcão (possivelmente há mais de 20 000 anos), a flora endémica de Angra do Heroísmo ficou prisioneira das cinzas e lama, dando origem a fósseis. Alguns deles fazem parte do espólio da Associação “Os Montanheiros”. No Monte Brasil também se encontram o Castelo e a Igreja de São João Baptista.

4. Fortaleza de São João Baptista

Integra um complexo defensivo iniciado durante a Dinastia Filipina (1580-1640). Devido ao seu porte, constitui-se na mais importante fortificação do arquipélago, estruturada como um dos vértices do triângulo defensivo estratégico espanhol que, à época, protegia as frotas da prata americana, da Carreira da Índia e do Brasil.
É ainda uma das mais vastas fortificações remanescentes na actualidade.
Situa-se no Monte Brasil e no seu interior estão o Palácio dos Governadores, a Capela de Santa Catarina e a Igreja de São João Baptista, mandada erigir por D. João IV, logo depois da Restauração da Independência.
5. Parque Municipal do Relvão

Foto: Carlos Luís M C da Cruz
Serviu como campo de manobras militares na Guerra Civil Portuguesa (1828-1834) e como local de castigos e execuções por fuzilamento, aquando da Batalha do Pico do Seleiro, a 4 de Outubro de 1828. Actualmente é uma área de lazer com diversos equipamentos como tabelas de basquetebol, redes de voleibol, parque infantil, e muitos outros. No Largo da Boa Nova.
6. Mosteiro de São Gonçalo

Foto: Carlos Luís M C da Cruz
Fundado em 1545, é o mais antigo mosteiro da cidade, o primeiro destinado a freiras – clarissas –, o maior conjunto conventual de Angra e um dos maiores dos Açores.
Com dois claustros, cerca e graneis, a Igreja e os coros, alto e baixo, são no estilo 5.º Joanino, dos mais expressivos do arquipélago. No seu interior, barroco e conventual destacam-se: o cadeiral do coro alto com figuras fantásticas; o conjunto de painéis de azulejaria português (séc. XVIII); o Cristo crucificado em cruz de prata (séc. XVII, escola espanhola, possivelmente sul-americana); e o rico revestimento em talha, telas e tecto pintado.
Na Rua Recreio dos Artistas.
7. Museu de Angra do Heroísmo (Núcleo de História Militar Manuel Coelho Baptista de Lima)
Foto: Direcção Regional da Cultura
O Núcleo de História Militar Manuel Coelho Baptista de Lima, instalado no antigo Hospital Militar da Boa Nova, acolhe a notável Colecção de Militaria do Museu de Angra do Heroísmo, sendo o único museu português não integrado no Ministério da Defesa subordinado a esta temática, em que estão representadas não só os três ramos das Forças Armadas nacionais e estrangeiras, nomeadamente a Polícia de Segurança Pública e a Guarda Nacional Republicana.
Composto por peças de artilharia ligeira e pesada, armas de fogo, armas brancas, protecções metálicas, projécteis, equipamento de logística, arreios, uniformes e condecorações, este acervo, na sua maior parte acomodado em reservas concebidas em obediência à tipologia dos diferentes materiais, reflecte o interesse pela área militar e o espírito coleccionista do primeiro director do Museu de Angra do Heroísmo, Manuel Coelho Baptista de Lima, que, durante mais de três décadas, garantiu por várias vias o seu enriquecimento.
Na Rua da Boa Nova.
8. Pátio da Alfândega
Neste largo convergem as ruas Direita e do Santo Espírito. Neste largo encontrará a Marina, o Portão do Mar e a Igreja da Misericórdia, edifício do século XVII com uma interessante colecção de escultura e pintura do século XVIII.
Já que se encontra no Pátio da Alfândega, suba a Rua Direita – em direcção à Praça Velha – uma das vias mais conhecidas da cidade, que se apresenta ladeada por elegantes edifícios com belas fachadas e varandas floridas, em que se destacam as cores dos seus rebordos, as janelas de guilhotina e as cantarias multi-cores, além da Igreja de São Sebastião, de estrutura gótica tardia, pouco comum na ilha.

9. Praça Velha
Constitui o centro da cidade, núcleo a partir do qual se desenvolveram as principais artérias da malha urbana de Angra do Heroísmo. Ao longo da sua história foi mercado de gado, palco de corridas de toiros, palco de enforcamentos ou palco da música da Banda de Caçadores durante o século XIX. Nesta praça encontra-se os Paços do Concelho, majestosa construção do século XIX.
10. Igreja do Colégio e Palácio dos Capitães Generais

Antigo Colégio dos Jesuítas, este edifício foi adaptado a residência dos Capitães Generais a partir de 1766. No seu interior há um rico espólio de arte, com retratos a óleo em tamanho natural dos reis da dinastia de Bragança até D. Maria II. A Igreja anexa, Igreja do Colégio ou Igreja de Santo Inácio de Loyola é notável pelas suas talhas, douramentos, estatuária e painéis de pintura seiscentista. Possui, ainda, a melhor colecção de azulejos holandeses do século XVII existente fora da Holanda.

11. Teatro Angrense

Do século XIX, é um teatro em ferradura, muito divulgado com a evolução da ópera italiana e do teatro romântico. Na Rua da Esperança, 48-52.
12. Jardim Duque da Terceira

Ocupa uma área de cerca de 17 500 m2, considerado um dos mais belos jardins clássicos dos Açores. Está implantado nos terrenos outrora ocupados pelas cercas dos antigos Convento dos Jesuítas e Convento de São Francisco, onde actualmente se encontram respectivamente o Palácio dos Capitães-Generais e o Museu de Angra do Heroísmo, elevando-se em patamares ligados por um declive – com caminhos desenhados com pedras de basalto -, até ao Alto da Memória, monumento com a forma de obelisco, erguido entre 1845 e 1856, em homenagem a Pedro IV de Portugal e à causa liberal.

13. Igreja do Santíssimo Salvador (Sé de Angra)

Construída nos moldes da arquitectura filipina (século XVI). Apresenta no seu interior pormenores de grande interesse como a enorme capela-mor, azulejos, imagens, pinturas e pratas do século XVII, um tesouro rico, com uma galeria de retratos a óleo dos prelados diocesanos e um magnífico pontifical de D. João V. Na Rua da Sé.
14. Palácio Bettencourt
Foto: Concierge.2C.
Nas traseiras da Sé, encontra-se o Palácio Bettencourt, edifício barroco edificado nos finais do século XVIII. Na fachada, um pórtico em cantaria da região, constituído por duas colunas salomónicas, encimadas por capitéis e arquitrave, e uma ampla cartela que envolve as armas dos Bettencourt.
Na Rua da Rosa, 49.
Foi neste palácio que funcionou a Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Angra do Heroísmo, antes do novo edifício, na Rua do Morrão, 42.
15. Convento de São Francisco
Imponente edifício do século XVIII, de grandes dimensões, de linhas austeras, com as fachadas marcadas pelas pilastras e vãos das janelas. A igreja anexa, dedicada a Nossa Senhora da Guia, apresenta um interior de três naves, dividido por duas ordens de arcos que evocam a arquitectura românica. O seu conjunto de preciosidades artísticas é notável, destacando-se os retábulos em talha dourada nos altares, imagens e pinturas barrocas e grandes composições em azulejos. Na Rua da Boavista, Angra do Heroísmo.
A partir de 1969 está nele instalado o Museu de Angra do Heroísmo.
16. Igreja de Nossa Senhora da Conceição e Palacete Silveira e Paulo

Na Rua da Conceição poderá apreciar a Igreja de Nossa Senhora da Conceição de feição já renascença e maneirista. Saliente-se o altar-mor, de estilo barroco português, e o altar do Santíssimo, onde se percebe gosto orientalizante, e o Palacete Silveira e Paulo, acabado de construir em 1902. O seu interior apresenta, ao gosto da época, uma bela colecção de revestimentos a estuque. Após obras de restauro e adaptação é, desde 2003, sede da Direcção Regional da Cultura e do Centro do Conhecimento dos Açores.
17. Solar e Capela da Nossa Senhora dos Remédios

Foto: José Luís Ávila Silveira e Pedro Noronha e Costa
Embora apresente, hoje, a data de 1755 sobre o portão principal, começou a ser construído no século XVI, por Pêro Anes do Canto, primeiro Provedor das Armadas de El-rei ou Armador.
Actualmente pertence ao Governo Regional dos Açores, servindo como sede das Secretarias Regionais.
No Largo dos Remédios.
18. Solar da Madre de Deus

Foto: Carlos Luís M C da Cruz
Exemplo de casa solarenga dos séculos XVII/XVIII, típica das zonas mais altas das cidades portuárias portuguesas do Ultramar. Aqui morou João de Bettencourt de Vasconcelos, Capitão-mor de ordenanças e um dos comandantes do cerco à fortaleza do Monte Brasil, em 1641-42.
Está aqui instalado, actualmente, o Gabinete do Representante da República para os Açores.
Texto: Ana Oliveira

Esta elevação a cidade ficou a dever-se aos muitos serviços prestados pelos seus moradores em prol das armadas e das naus da Índia, que entendeu o monarca justificava que Angra detivesse as mesmas liberdades e privilégios das outras cidades do Reino. Angra foi, então, a primeira cidade dos Açores.
Estatuto justificado pela sua singular posição geográfica e pela disposição da sua baía, constituindo refúgio das naus e das caravelas que partiam para a Índia, e afirmando-se como um importante porto de escala do Atlântico Norte, o que a fez desempenhar um papel determinante na afirmação do Império Português.
Angra do Heroísmo, a cidade leal que foi capital duas vezes

Não há muitas cidades em Portugal que se possam vangloriar de terem sido capitais do país, mas Angra do Heroísmo pode gabar-se de tê-lo sido duas vezes ao longo da História.
Para além de Guimarães, Coimbra, Lisboa e até o Rio de Janeiro, esta cidade situada na costa sul da ilha Terceira, nos Açores, foi capital de Portugal duas vezes em situações complicadas para o país: durante a crise de sucessão de 1580 e, mais tarde, em 1830, no contexto da Guerra Civil Portuguesa (1828-1834).
Angra do Heroísmo foi um porto de escala obrigatório desde o século XV até ao aparecimento dos barcos a vapor, no século XIX. As suas imponentes fortificações de São Sebastião e de São João Baptista, construídas há cerca de 400 anos, são exemplares únicos de arquitetura militar.
A cidade desenvolveu-se a partir do seu porto, que se revestiu de grande importância estratégica entre os séculos XV e XIX.
Ao longo dos séculos esteve ligada à manutenção do Império Português, como escala obrigatória das frotas do Brasil, de África e das Índias. A classificação do centro histórico de Angra do Heroísmo de Património da Humanidade da UNESCO em 1983 – a primeira cidade no país a ser inscrita na lista – reflete a sua importância histórica e cultural.
Por tudo isto e muito mais vale a pena visitar Angra do Heroísmo, na ilha Terceira. Sugerimos-lhe alguns locais a não perder numa passagem pela ilha açoriana.
Igreja da Misericórdia
A igreja da Misericórdia situa-se em pleno centro histórico de Angra do Heroísmo. A igreja terá sido construída no início do século XVIII, no local onde, em 1492, tinha sido fundado o primeiro Hospital dos Açores. Num estilo barroco sóbrio, a igreja caracteriza-se pela nave central ladeada por duas torres sineiras com zimbório, decorada de branco e azul
Sé de Angra do Heroísmo
A Sé Catedral de Angra do Heroísmo é o maior templo e um dos principais monumentos da cidade. O atual templo terá sido construído sobre a anterior igreja de São Salvador, datada provavelmente de 1496, ostentando um estilo gótico contemporâneo da data da sua construção.
A igreja, contudo, revelou-se pequena para a crescente população de Angra do Heroísmo, que se afirmava como uma vila em franca expansão e riqueza. Da primitiva igreja resta o altar-mor, situado debaixo da capela.
Museu de Angra do Heroísmo
Fundado em 1949, o Museu de Angra do Heroísmo encontra-se instalado no antigo Convento de São Francisco, no centro da cidade. Esta construção do século XVII, agora restaurada e adaptada a museu, tem anexa a igreja de Nossa Senhora da Guia, igreja de estilo maneirista da segunda metade do mesmo século
Palacete Silveira e Paulo
João Jorge da Silveira e Paulo, cuja família viveu em São Tomé durante vários anos, mandou construir este palacete, terminado por volta de 1902. O seu interior apresenta, ao gosto da época, uma bela coleção de revestimentos a estuque.
Adquirido para serviço público, aqui funcionaram a Escola Industrial e Comercial, o Ciclo Preparatório e o Conservatório Regional de Angra do Heroísmo. Após obras de restauro e adaptação é, desde 2003, sede da Direção Regional da Cultura e do Centro do Conhecimento dos Açores.
Convento de São Gonçalo
O Convento de São Gonçalo foi o primeiro a ser construído em Angra do Heroísmo, sendo o maior conjunto conventual da cidade. Foi fundado em 1545, mas sofreu remodelações posteriores. Com dois claustros, cerca e granéis, a igreja e os coros, alto e baixo, são no estilo joanino
Impérios do Espírito Santo
O município de Angra do Heroísmo conta com um total de 45 impérios construídos entre 1670 a 1998, a arquitetura é muito semelhante entre todos normalmente quadrangulares ou retangulares e com apenas um piso. Alguns deles inclui um edifício anexo designado por despensa, aqui é guardado o pão, carne e vinho utilizados nas festividades locais.
Fortaleza de São João Baptista
Por José Luís Ávila Silveira/Pedro Noronha e Costa
Iniciada por volta de 1592, por ordem de Filipe II de Espanha, I de Portugal, esta fortaleza envolve todo o Monte Brasil. Destinava-se primordialmente à proteção dos navios das índias ocidentais.
Forte de São Sebastião
Por sugestão de Isidoro de Almeida, o arquiteto Tomaz Benedito de Pesaro desenhou esta fortaleza, terminada no tempo de D. Sebastião. Demonstração de uma nova ideia de defesa costeira já sensível e consciente das novas funções de apoio portuário, podia cruzar fogo com a Fortaleza de São João Baptista, na costa do Monte Brasil
Palácio dos Capitães-Generais
Situado em pleno centro histórico da cidade, o Palácio dos Capitães-Generais comprova o poderio económico da cidade ao longo dos séculos. O edifício foi mandado construir em 1570 pelo rei D. Sebastião, para oferta à então importante Companhia de Jesus, projetado como convento e colégio. Desde 1766 está destinado à residência dos Capitães-Generais dos Açores.
- Cidades Irmãs
- Tulare (EUA) | 10 de março de 1966
- Salvador – Baía (Brasil) | 27 de dezembro de 1985
- Taunton (EUA) | 19 de abril de 1986
- Évora (Portugal) | 8 de dezembro de 1988
- Florianópolis (Brasil) | 20 de setembro de 1994
- Gustine (EUA) | 18 de julho de 2002
- São Vicente (Cabo Verde) | 19 de novembro de 2003
- Gramado (Brasil) | 9 de março de 2004
- Gilroy (EUA) | 22 de junho de 2005
- Porto Novo (Cabo Verde) | 21 de agosto de 2011
- Cartagena de Índias (Colômbia) | 14 de agosto de 2015
- Jining (República Popular da China) | 27 de setembro de 2015
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